quarta-feira, 13 de abril de 2011
Centros de Emprego passam a ser geridos por privados
O Instituto do Emprego e Formação Profissional é o serviço público de emprego nacional que tem como missão promover a criação e a qualidade do emprego, bem como combater o desemprego, através da execução das políticas activas de emprego e formação profissional. Mas a verdade é que faz muito pouco para cumprir a sua missão, se não vejamos:
Quando alguém fica numa situação de desemprego dirige-se ao Centro de Emprego da sua área de residência. Faz a inscrição com o objectivo de ser mais fácil conseguir encontrar um emprego e, enquanto não o consegue, para receber o subsídio de desemprego.
O IEFP tem uma base de dados onde ficam registados todos os dados do desempregado incluindo a última profissão exercida ou a que resulta da sua área de formação. Desta forma será mais fácil enquadrar o profissional em futuros processos de recrutamento. Aqui começam os problemas do candidato a um novo emprego. É que as opções de profissões da base de dados estão desactualizadas e reflectem a realidade profissional do início dos anos 90. Por exemplo se quiser que o seu perfil corresponda a Técnico de Marketing não vai conseguir e terá que se contentar com Técnico de Relações Públicas. Mas existem casos bem mais dramáticos, como são os dos designers ou dos Especialistas em Arquitectura de Redes Informáticas que logo são despromovidos a Informáticos.
Relativamente ao pagamento do subsídio de desemprego, como é sabido, não é da responsabilidade do IEFP mas sim da Segurança Social.
Se quiser formação profissional vai ter que a obter através dos Centros de Formação Profissional ou das empresas que se dedicam à Formação Profissional.
Se é formador e está desempregado, também não é através do IEFP que vai conseguir emprego. A base de dados dos formadores do IEFP só serve para fazer perder o tempo dos formadores. Quem contrata os formadores são os Centros de Formação Profissional e estes só têm a obrigação de recorrer a esta base de dados quando esgotarem a própria base de formadores, o que nunca acontece.
Se quiser adquirir competências que o capacitem a encontrar um emprego, tais como, saber escrever um curriculum, uma carta de apresentação, competências de marketing pessoal, acesso a redes de networking, também não as vai conseguir através do IEFP. Mas vai ser obrigado a ir a reuniões onde lhe vão explicar quais são os procedimentos para justificar a não comparência na sua junta de freguesia onde passa a ter que se apresentar de 15 em 15 dias.
Então o que resta. O que fazem verdadeiramente os Centros de Emprego? Gerem processos, papeladas e um sem número de burocracias que nada têm a ver com a missão do IEFP. Assim sendo talvez fosse interessante começarem a pensar em entregar esta missão a empresas de recrutamento privadas. Talvez assim fosse possível diminuir o número de desempregados. Fica o desafio para o próximo governo.
Os candidatos a deputados passam a ser escolhidos pelos militantes.
O défice da participação política e cívica, bem como o da militância partidária, torna urgente a realização de um conjunto de reformas que restitua a confiança à Política e ao papel das instituições democráticas.
Em situações de crise a Política deve ser um instrumento de coesão e de mobilização dos cidadãos no esforço colectivo para vencermos os difíceis desafios com que nos deparamos.
Recordo que a cinco dias das eleições presidenciais foi publicada uma sondagem de opinião, encomendada pelo think-thank Projecto Farol, que demonstrava a desconfiança generalizada dos portugueses na classe política. De acordo com o estudo, 94% dos portugueses dizem não confiar na classe política, 90% nos Governos, 89% nos partidos políticos e 84% na Assembleia da República.
Os partidos políticos têm de funcionar com maior transparência e criarem mais espaços para a participação dos militantes, como é o caso da elaboração das listas de candidatos a deputados à Assembleia da República. Ao analisarmos a forma como são seleccionados estes candidatos surgem várias interrogações sem resposta: quais são os critérios que estão subjacentes à elaboração das listas de deputados dos partidos políticos? Porque é que uma determinada pessoa é escolhida e outra preterida? Quem faz a avaliação de um candidato? Quais são os critérios e quem os define?
Neste quadro de referência proponho que os partidos políticos desenvolvam, rapidamente, mecanismos que estimulem a participação dos seus militantes na escolha dos candidatos a deputados.
Um Partido que pretenda liderar os destinos do País tem de ser inovador nas soluções e nos processos de decisão política que oferece aos cidadãos. Assim, em vez de atirarem as culpas para cima do “sistema”, nomeadamente com o adiamento da reforma do sistema político, comecem a fazer o trabalho de casa e a construir propostas que aproximem os cidadãos dos partidos políticos.
O Primeiro de Janeiro, 6 de Abril de 2011
Em situações de crise a Política deve ser um instrumento de coesão e de mobilização dos cidadãos no esforço colectivo para vencermos os difíceis desafios com que nos deparamos.
Recordo que a cinco dias das eleições presidenciais foi publicada uma sondagem de opinião, encomendada pelo think-thank Projecto Farol, que demonstrava a desconfiança generalizada dos portugueses na classe política. De acordo com o estudo, 94% dos portugueses dizem não confiar na classe política, 90% nos Governos, 89% nos partidos políticos e 84% na Assembleia da República.
Os partidos políticos têm de funcionar com maior transparência e criarem mais espaços para a participação dos militantes, como é o caso da elaboração das listas de candidatos a deputados à Assembleia da República. Ao analisarmos a forma como são seleccionados estes candidatos surgem várias interrogações sem resposta: quais são os critérios que estão subjacentes à elaboração das listas de deputados dos partidos políticos? Porque é que uma determinada pessoa é escolhida e outra preterida? Quem faz a avaliação de um candidato? Quais são os critérios e quem os define?
Neste quadro de referência proponho que os partidos políticos desenvolvam, rapidamente, mecanismos que estimulem a participação dos seus militantes na escolha dos candidatos a deputados.
Um Partido que pretenda liderar os destinos do País tem de ser inovador nas soluções e nos processos de decisão política que oferece aos cidadãos. Assim, em vez de atirarem as culpas para cima do “sistema”, nomeadamente com o adiamento da reforma do sistema político, comecem a fazer o trabalho de casa e a construir propostas que aproximem os cidadãos dos partidos políticos.
O Primeiro de Janeiro, 6 de Abril de 2011
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