quarta-feira, 15 de junho de 2011
Sócrates, o campeão.
No passado dia 5 de Junho os portugueses exprimiram a sua opinião. O PSD ficou a 8 deputados da maioria absoluta e com uma vantagem de 10,5% sobre o PS, o que já não acontecia há mais de 20 anos. O PSD venceu em mais de 4/5 dos concelhos e 130 destes passaram das mãos do PS para as do PSD. Na verdade o PS de Sócrates perdeu 510 mil votos em relação às legislativas de 2009 e ficou muito longe da maioria absoluta conquistada em 2005, na altura com 45% dos votos contra os 28,8% de Santana Lopes. Sócrates termina a sua liderança como Secretário-geral do PS com uns humilhantes, e desnecessários, 28,1%, sustentados numa estratégia de “terra queimada” e, simultaneamente, da aplicação da teoria do “ou eu, ou o caos”.
Convém ainda referir que nestas legislativas o PS beneficiou do processo de desagregação eleitoral do Bloco de Esquerda evitando, assim, que o saldo negativo do PS de Sócrates fosse mais humilhante.
Mas esta derrota é apenas mais uma a juntar a tantas outras que José Sócrates coleccionou ao longo dos seus mandatos de secretário-geral do Partido Socialista. Se não vejamos:
Desde 2005, ano em que foi eleito Secretário-Geral, realizaram-se em Portugal sete eleições e, por incrível que pareça, o PS só ganhou duas, nomeadamente as legislativas de 2005 e as de 2009. Recordo que os opositores foram, respectivamente, um Primeiro-Ministro demitido, Santana Lopes, e uma senhora que representa a antítese do que deve ser um candidato, Manuela Ferreira Leite.
José Sócrates começou o seu mandato com uma derrota nas autárquicas de 2005 tendo elegido, apenas, 109 presidentes de câmara, contra os 158 do PSD. Em 2006 tivemos eleições presidenciais e o candidato apoiado pelo PS, Mário Soares, obteve 14,34% dos votos contribuindo, assim, para eleger Cavaco Silva. Falhou, uma vez mais, a estratégia de José Sócrates.
Em 2009 o PS começou por perder as eleições para o Parlamento Europeu tendo, com 26,58%, ficado em segundo lugar. O PSD, com 31,71%, foi o grande vencedor da noite eleitoral. Mas o ano de 2009 não poderia acabar sem mais uma derrota para o PS. Assim, nas autárquicas de 2009, o PSD elege 139 presidentes de câmara e o PS elege 132. É certo que o PSD teve a ajuda do CDS (coligações), mas isso não é mais do que o resultado de uma boa opção estratégica por parte dos seus líderes.
Por ultimo tivemos as eleições presidenciais de 2011 e a estratégia do PS de Sócrates volta a falhar. O resultado do apoio do PS a Manuel Alegre foi uns míseros 19,76%.
Assim, e tendo em atenção os factos apresentados, é legitimo afirma que José Sócrates, enquanto secretário-geral do Partido Socialista, foi um campeão de derrotas.
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