terça-feira, 5 de julho de 2011

Um sonho de 280 hectares


O novo governo já tomou posse pelo que é oportuno apresentar contributos para a governação.

Um dos desafios que se coloca a Portugal é encontrar ideias inovadoras e criativas nos domínios da sustentabilidade e, simultaneamente, conseguir exporta-las para o resto do mundo. A minha proposta é fazer da Petrogal, em Leça da Palmeira, uma área de investigação, produção, comercialização e capacitação de projectos inovadores que contribuam para o desenvolvimento sustentável.
Esta proposta incluí a criação de um centro de alta tecnologia em energias renováveis, ou seja, um centro com produção de energia solar, eólica, ondas, biomassa e microgeração, mas também de investigação e desenvolvimento com aplicação directa em espaços dedicados ao ensino, à habitação, à indústria, ao comércio e ao lazer. Um ecossistema inovador que cônjuge todas estas valências de uma forma integrada e sustentável. Temos 280 hectares com um enorme potencial para criar um centro de referência mundial na área das energias renováveis.

São várias as vozes que ao longo dos anos se tem manifestado contra a permanência da Petrogal em Leça da Palmeira, entre as quais o Arquitecto Alcino Soutinho que, não há muito tempo afirmou, “já não faz sentido a permanência da refinaria da Petrogal em Leça da Palmeira”. Inclusive já foi proposto um referendo à população sobre a continuidade da refinaria no concelho de Matosinhos. Naturalmente foram muitas as vozes contra esta possibilidade, o que é facilmente justificado pelo facto de existirem muitas famílias que dependem da Petrogal.

De qualquer forma o que é relevante é que sejam discutidos cenários alternativos à situação actual e que a população do concelho de Matosinhos tenha a oportunidade de participar nesse processo.
Infelizmente só são considerados cenário alternativos quando acontecem acidentes na refinaria, como foi o caso do fatídico ano de 2007. Na altura foi prometido, nomeadamente pelo Presidente da Câmara de Matosinhos, que parte do investimento de 600 milhões de euros que a Galp iria fazer na refinaria de Leça da Palmeira fosse aplicada no controlo das emissões atmosféricas. A verdade é que, enquanto cidadão do concelho de Matosinhos, não recebi nenhuma informação sobre este investimento, nem tão pouco sobre o impacto que as emissões atmosféricas da Petrogal (e já agora da Jomar e das descargas no Porto de Leixões) têm na população do concelho de Matosinhos. Será que é exigir muito?




De qualquer forma fica a proposta para a reflexão das partes interessadas.

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