terça-feira, 5 de julho de 2011

Troika obriga os clubes a jogarem à porta fechada


Se analisarmos os recursos públicos que o Estado tem de afectar para que se realize um jogo de futebol entre os “três grandes” (Porto, Benfica e Sporting), concluímos que é insustentável manter este nível de despesa. Aquando da realização do último jogo de futebol entre o F.C. Porto e o S.L. Benfica comecei a escrever um artigo com o título “Troika obriga os clubes a jogarem à porta fechada” porque pensei que só com a intervenção externa é que seria possível alterar o escândalo a que todos temos assistido. Por falta de tempo acabei por não escrever o artigo. Contudo as recentes, e louváveis, decisões da Assembleia Geral extraordinária da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, realizada no passado dia 27 de Junho, motivaram-me a regressar a este assunto.

Com certeza concordará comigo que não faz sentido que a realização de um jogo de futebol coloque em risco a segurança de pessoas e bens, quer no interior, quer no exterior e imediações dos complexo desportivos, bem como, alterações da ordem pública, principalmente as que são motivadas pelas rivalidades entre as claques e os adeptos das equipas.

Recordo que no final da Taça de Portugal a PSP teve de impedir que os adeptos entrassem no estádio com adereços, tendo inclusive informando os adeptos que, no caso de existir “confusão entre eles”, iria agir com determinação. Para este jogo o Comando Metropolitano da PSP de Lisboa destacou um conjunto de efectivos de várias unidades e divisões:
 Divisão Policial da área em patrulhamento apeado, auto e à civil,
 Equipas de Intervenção Rápida
 Unidade Especial de Polícia
 Divisão de Investigação Criminal
 Divisão de Trânsito
 Equipas de Inactivação de Engenhos Explosivos e Segurança em Subsolo
 Unidade Metropolitana de Informações Desportivas
Infelizmente este jogo não foi uma excepção. Em todos os jogos que envolvem os “três grandes” as autoridades policiais tem de montar um dispositivo que permita garantir a ordem pública e que, entre outras acções, inclui o acompanhamento das claques desde a cidade de origem até ao local de estacionamento dos autocarros e depois até ao Estádio através de uma caixa de segurança (!). No caso dos jogos entre o F.C. Porto e o S.L. Benfica são mais de 600 kms de “acompanhamento”.

Recordo, ainda, que no jogo entre estas duas equipas realizado em Abril os títulos dos jornais do dia seguinte foram unânimes ao afirmar que se tratou de uma “Batalha Campal”. Pois fique a saber que se tratou da maior operação policial de sempre num jogo de futebol em Portugal, tendo sido destacados 800 agentes, várias dezenas de veículos e um helicóptero.
Ridículo.

Na última assembleia geral extraordinária os clubes de futebol profissional deram um importante passo para alterar esta situação ao aprovarem um conjunto de normas que são um sinal de responsabilidade e serenidade para todos os adeptos que gostam de ir aos estádios, como é o meu caso. Assim, e a partir da próxima época, um clube cujo adepto ou simpatizante tenha provocado, por arremesso de objectos, e que obriguem esse jogo a estar interrompido mais que cinco minutos, serão punidos de imediato com a realização de um a três jogos à porta fechada. Em segundo lugar, os clubes decidiram penalizar fortemente as declarações contra elementos da equipa de arbitragem desde a sua nomeação até à hora do jogo. A penalização para esta infracção subiu cinco vezes.
Louvável.

Sem comentários:

Enviar um comentário