segunda-feira, 16 de maio de 2011

Afinal o tamanho conta


O acesso à informação é politicamente menos relevante do que o acesso às conversas. Assim, e para efeitos de score eleitoral, é mais importante ter presença mediática, “ser notícia”, do que ter o melhor programa de governo. Vem isto a propósito da cobertura jornalística da pré-campanha e da campanha eleitoral das legislativas 2011.

A RTP1, a SIC e a TVI, os três canais generalistas que têm obrigações de serviço público, decidiram realizar um ciclo de debates com os líderes dos cinco partidos com assento parlamentar. Mas esqueceram-se dos partidos sem assento parlamentar e que concorrem às eleições de 5 de Junho. Recordo que nas próximas eleições vão estar em disputa dezassete “partidos políticos”, sendo que apenas nove apresentaram candidaturas aos vinte e dois círculos eleitorais: PS, PSD, CDS-PP, BE, PCTP-MRPP, Movimento Esperança Portugal (MEP), Movimento Partido da Terra (MPT), Partido Popular Monárquico (PPM), Partido Nacional Renovador (PNR) e a CDU (PCP e PEV).

Após a apresentação de vários protestos, os três canais generalistas chegaram a acordo para a realização de um conjunto de entrevistas e um debate entre os representantes dos “partidos políticos” sem assento parlamentar,

Tendo em conta que as campanhas eleitorais se fazem para e pela televisão, estar em debates é fundamental. Assim devem ser asseguradas, nomeadamente pela Comissão Nacional de Eleições e pela Alta Autoridade para a Comunicação Social, as condições de acesso, em situações de igualdade, a todos os partidos políticos que apresentem candidaturas em todos os 22 círculos eleitorais. Ou seja, todos os “partidos políticos” que reúnam esta condição de representatividade devem ter a oportunidade de debater entre eles, pelo que devem ser encontradas formas criativas de o assegurar. Desta forma estaremos a criar condições para que os portugueses possam votar com total liberdade de escolha, uma vez que tiveram, pelo menos no que diz respeito ao serviço público de televisão, o acesso à mensagem de todos os “partidos políticos” de âmbito nacional que concorrem às eleições.

Até porque convém não esquecer que os partidos com assento parlamentar um dia já foram pequenos.

Sem comentários:

Enviar um comentário